nunca se sabe da força que precisamos para movimentar a vida

Comentário da minha mãe sobre o incidente da hospedagem em Paris:

"Talvez você não devesse ficar com seus amigos mesmo e dessa forma possa conhecer outras pessoas e ser mais independente".

Na hora  lembrei de um filme que assisti com ela recentemente: "Hereafter", do Clint Eastwood. E fiquei pensando que muitas vezes a gente não tem a mínima idéia do que vai precisar acontecer para viver a vida que precisamos, para nos tornarmos quem somos, para que os encontros importantes aconteçam.

Passei bastante tempo lutando com as coisas que aconteciam na minha vida, principalmente com as que "davam certo".

Explico: sorteei o curso de psicologia três vezes na hora de me inscrever no vestibular pois não queria nenhum daqueles cursos e ao mesmo tempo não queria aceitar a possibilidade da psicologia (por sugestão materna). Também não conseguia descartar essa possibilidade. Joguei na sorte (??). Passei quando não acreditava. Fiz o curso querendo desistir. Fiz concurso público por fazer. Trabalho com isso há 9 anos. Cansei de detestar a carreira de psicólogo. Tentei escapar. Tentei ir morar no Rio. Continuei aqui. Através da psicologia voltei a fazer teatro, que eu gosto! Através da psicologia, pude dar aulas. Que eu também gosto!

A pouco tempo parei de me debater (ok, as vezes volto a fazer isso por força do hábito), percebendo que passava muito tempo sofrendo e cogitando o que fazer com a minha vida. Descobri que já estou fazendo. É como ficar pensando no que se vai ser quando crescer quando já se cresceu. A vida está aí, sempre! Do jeito que ela é. As vezes, do jeito que eu gostaria! Nem sempre...

Minha viagem vai acontecer, como tiver que acontecer. Melhor tentar ter controle só do que posso controlar. O resto acontece!

E nesses tempos atuais, com tantas devastações, eu só posso ser grata se a minha transformação precisar apenas de uma mudança de planos e orçamento e não de um tsunami.

Aprendendo, aos poucos e não sem esforço, a fazer menos drama!