Deserto do Atacama - Dia 5: Atacama de bicicleta e Termas de Puritama

Eu e o guia fiel
Como em toda viagem, mais cedo ou mais tarde, chegamos ao final. Os cinco dias que passei no Deserto do Atacama, tendo vindo do Perú, foram inesquecíveis com toda certeza. Não sei precisar quando exatamente cai de amores pelo Deserto mas sai de lá dizendo que se nada mais desse certo, viraria guia de turismo no Atacama. O fato é que San Pedro vai encantando, vai enfeitiçando, as pessoas vão adiando a volta ou o próximo destino como podem e alguns simplesmente descobrem um belo dia que ficaram! Se fosse esse o começo do mochilão, eu certamente nunca tria chegado em Machu Picchu.
Bem, mas meu último dia de viagem não foi de reflexões. Como já havia feito todos os passeios principais mais o deslumbrante Salar de Tara e o Tour Astronômico, esse dia estava com uma programação bem livre. Decidi no dia anterior agendar as termas de Puritama, bem light e relaxante para a tarde. A ideia era dormir até mais tarde e, se desse tempo e vontade, alugar uma bicicleta e dar umas voltas e depois ir para as águas termais. E foi exatamente o que eu e a Glaucia fizemos.
Quando você aluga a bike, eles te dão um mapa com o caminho mais explorado pelos turistas, um circuito que passa pela Garganta del Diablo, encontra uma igrejinha no meio do nada e volta a San Pedro. Munidas do mapa, das orientações básicas, de água, capacete, lá fomos nós! Céu azul, belas paisagens e um pequeno problema: como se orientar o meio do deserto? Bem, até sair de San Pedro nos batemos pouco mas conforme a gente deixava para trás as casas a situação só complicava. E não éramos os únicos perdidos. Mas tivemos nosso diferencial! Desde que deixamos a loja de aluguel de bicicletas, dois cachorros nos acompanharam e lá no meio do deserto viraram nossos guias. Foi uma graça ter os dois nos acompanhando e protegendo. E quando havia dúvidas e estávamos perdidas, eles indicavam o caminho indo na frente e parando até que os acompanhássemos. 
Não chegamos a encontrar a igrejinha pois o horário avançava, as dúvidas no meio do Valle de La Luna também e ainda tínhamos que voltar para San Pedro para almoçarmos e pegar o tour para Puritama. Mesmo assim valeu muito à pena nos embrenharmos pelo caminho, de dificuldade moderada.



Os dois guias fiéis ao final da jornada
Voltando a San Pedro, o tempo foi justo para banho e almoço (empanadas no Delícias de Carmen. Recomendo!). As termas de Puritama eram tudo que a gente precisava. São várias piscinas de águas morninhas e águas transparentes. Muito relaxantes! De noite, como de praxe, Bar Barros, um marco na minha viagem. No dia seguinte, pegamos o transfer até o aeroporto de Calama. Tive que correr muito no aeroporto de Santiago para conexão (ufa!!! duas horas entre voos é pouco!) e depois em Guarulhos mais um pouco só para descobrir que o voo ia atrasar. 




Mais de um ano depois da viagem, estou aqui sentada no computador e não posso deixar de pensar que essa viagem trouxe um fator de transformação pessoal muito forte, mas interna e sutil. Lidei com uma percepção diferente do tempo, com uma outra noção de civilização, cruzei fronteiras, virei em curvas e vislumbrei novos horizontes tanto literais quanto figurados. Fiz amizades para o resto da vida, confirmando que nem tudo é fugaz. Também não posso deixar de pensar em como fui feliz no Atacama. Ainda volto! Assim espero!
I will be back!

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