Deserto do Atacama - Dia 4: Geysers del Tatio, Laguna Cejar, Tebinchique e Tour Astronômico

Dia intenso do nascer ao por-do-sol, literalmente. O tour aos Geysers del Tatio começam de madrugada pois é ao nascer do sol que o show tem seu ápice. Saindo às 4h da manhã do hostel, o caminho até Tatio é percorrido em silêncio e no escuro, com a maior parte dos turistas dormindo no ônibus. Novamente, trata-se de um passeio em altitudes elevadas e baixas temperaturas. Provavelmente, as mais baixas de toda a viagem. Eu, por exemplo, peguei 10 graus negativos ao chegar no lugar. É muitoooooooooo frio!!! Ainda mais na minha cabeça de carioca, que mesmo morando em Curitiba desde dos 10 anos de idade ainda não consegue conceber gente vivendo em temperaturas abaixo de -5°. Como eu já sabia do frio, coloquei praticamente toda a minha roupa. Confesso que teria aturado perfeitamente se não fosse o detalhe dos pés congelando. 

Esse é um dos imperdíveis do Atacama. Quando você chega lá em cima, já está claro, mas mesmo assim é um espetáculo ver o solo explodindo em vapor d'água enquanto o sol passa a iluminar aos poucos a região. Cada grupo vai caminhando pelos caminhos demarcados com atenção e sob orientação do seu guia, ouvindo explicações sobre o caldo primordial, detalhes geográficos, etc. Depois de caminhar por ali e do tempo para fotos, parece que a ação dos gêiseres vai acalmando e todos se reúnem ao redor ou dentro dos ônibus para um café da manhã. O ônibus leva até o outro lado do Tatio para aqueles que quiserem arriscar entrarem na piscina termal. Agora você imagina o que é arrancar toda a sua roupa, que não deve ser pouca, ao ar livre e cair de biquíni (se quiser entrar, vista ele antes de sair para o passeio) na água quentinha. Pois é! Sob a orientação da minha amiga Glaucia, que já havia feito o passeio, eu tive um surto de coragem e entrei... E recomendo! É muito legal! hehe Como há uma certa adrenalina no ar, você nem sente muito o frio enquanto está tirando a roupa. E, contanto que não molhe a cabeça, também não sente frio enquanto está imerso na água quentinha. O problema, claro, vem depois. De uma maneira geral é bem engraçado ver o pessoal sair meio correndo atrás das roupas. Há uma casinha com reservados para trocar de roupa. Cuidado! Como parte e incremento da minha aventura, fiquei presa por dentro em uma delas. As pessoas que estavam do lado de fora ajudaram a forçar a porta e pude sair sem maires problemas ou atrasos.

A foto não está em preto e branco, mas é essa a impressão ao chegar cedo a Tatio

Ainda como parte do passeio, voltamos por paisagens deslumbrantes (estou ficando repetitiva, eu sei! Mas assim é o Atacama!) e paramos em um povoado onde foi possível degustar empanadas ou espetinhos de alpaca.

Voltei para o hostel e descansei um pouco pois ainda iria encarar outro passeio naquela tarde. Como uma das ruas de San Pedro estava fechada para reparos, o ônibus não iria passar para buscar no hostel. Ficamos sabendo disso bem em cima da hora e, eu e mais dois brasileiros, fomos correndo até a agência. Esse tour, assim como o primeiro do dia, por motivos que desconheço não foram feitos pela Desert e sim por uma agência chamada Layana. Achei os guias bons, mas ainda fecharia todos os meus passeios com a Maxim em uma nova oportunidade. Bem, a primeira parada foi na Laguna Cejar. Há um trecho restrito com flamingos dentro desse parque e outro em que as pessoas podem entrar nas águas salgadas e experimentar boiar. Algo no estilo Mar Morto, mas com águas bem geladas. Na correria, eu não vesti biquini e optei por molhar apenas os pés. O guia tinha alguns galões de água doce para livrar o pessoal que entrou do sal.

Próxima parada: Ojos do Salar! Também é possível mergulhar nessas águas, mas ao contrário da Laguna Cejar, os Ojos são de água doce, tem uma boa profundidade e exige que a pessoa pule dentro deles. Ou seja, só arrisque se souber nadar. 

Cejar

Ojos del Salar

Tudo muito lindo, mas o que conquistou mesmo meu coração foi a Laguna Tebinquiche que viria a seguir. O lugar é maravilhoso e meio mágico durante o por-do-sol. Nessa parada aguardamos o por-do-sol, tomando pisco... e tirando zilhões de fotos. Muito lindo! Tons de rosa e laranja colorindo o deserto. 

No final das contas, ou no final desse longo dia, após banho, comida e um breve descanso, fui me encontrar com a Glaucia para tentar me encaixar no Tour Astronômico. Deu tudo certo e pude seguir com o grupo e pagar lá na hora. Ver o céu do Atacama a olho nú já é um espetáculo. Agora você imagina através de vários telescópios! Um ônibus nos levou até a propriedade do astrônomo francês Alain Maury onde, sob um céu estreladíssimo de ponta a ponta e um frio de rachar (tivemos que pegar casacos emprestados que eles mantém disponíveis), ouvimos explicações sobre as estrelas e depois as admiramos com ajuda das lentes potentes. Ao final, com uma xícara de chocolate quente, pudemos esclarecer dúvidas antes de voltar a San Pedro. Foi um final mágico para um dia mágico em um lugar mágico. 

Tour Astronômico: Glaucia, Alain e sua esposa e eu