Em busca de baleias e outros bichos

[dezembro de 2013]
E havia um pinguim no meio do caminho...

Dia 03 - A chegada à Patagônia Argentina e o que eu vim mesmo fazer aqui

Puerto Madryn está longe de ser a cidade mais conhecida pelos brasileiros que resolvem visitar a Patagônia Argentina. Eu mesma não lembrava de ter ouvido falar dela até que comecei a pesquisar para montar o roteiro de viagem. Um fator decisivo foram algumas fotos do livro Gênesis do Sebastião Salgado. Cismei que queria ver baleias! E pinguins! E assim, lá fui eu, 19 horas de ônibus saindo de Buenos Aires, atrás de baleias e outros bichos que a Patagônia Argentina pode oferecer. Para os interessados: Puerto Madryn serve como base para explorar a Península Valdés, que oferece uma excelente oportunidade de observação de baleias e pinguins.
A viagem de ônibus, apesar de longa, não foi nenhum grande perrengue. Chegando na pequena rodoviária, fui caminhando (uns 20/30 minuto) até o hostel escolhido (HI Patagônia). É uma boa caminhada e para quem estiver com muita bagagem talvez seja melhor pegar um táxi. Como só andei a pé pela cidade ou em transporte de excursão, não sei como funciona o sistema público de transporte. Outra boa opção de transporte é a bicicleta. De qualquer forma, a cidade é plana e fácil de se localizar. Já que a maioria dos passeios sai no período da manhã, nesse dia aproveitei para dar uma volta de reconhecimento pela cidade. Achei o lugar bastante tranquilo. É uma cidade limpa e plana na maior parte da região central onde as opções de hospedagem, restaurantes e agências se concentram. Mesmo nos dias de sol sopra um vento frio constante. Durante o tempo em que fiquei lá, o trânsito só era mais intenso nos arredores da avenida que leva da beira-mar até a rodoviária. Fechei no próprio hostel dois passeios completos. O primeiro até a Península Valdés incluíndo a navegação para avistar baleias e a ida até o ponto onde é possível ver os lobos marinhos e, na temporada adequada, as orcas. O segundo, para Punta Tombo, o lar de milhares de pinguins; finalizando com navegação em Rawson para ver golfinhos. O primeiro dia de passeio saiu por 800 pesos e o segundo 910 pesos. 

Neste dia, optei por uma almoço "de verdade" em um restaurante perto do hostel. Acabei escolhendo a Cantina El Náutico, bem próxima ao hostel. Meu peixe estava delicioso. O atendimento é bem tranquilo e o preço é razoável. Depois do almoço, fiz o check in e sai para dar mais uma volta. Caminhei até um museu, mas não me interessei em entrar. Voltei até a outra ponta e sentei em uma das diversas lanchonetes/sorveterias para tomar um café e finalizar com sorvete. O hostel tem a opção de jantares coletivos e eu resolvi aderir. A opção da noite seria frutos do mar. Tudo bem simples, saboroso e em ótima companhia. O jantar, onde se come a vontade, custou 70 pesos. O H.I. Patagônia se mostrou uma excelente opção de hospedagem. O dono é casado com uma brasileira de Manaus e é a simpatia em pessoa. O restante do staff era composto por um italiano muito gente boa e por um gaúcho. Os outros hóspedes formavam um grupo bem variado, a maioria de países europeus. 

Dia 04 - Onde foram parar as baleias?

Onde estarão elas?

A vantagem de fechar passeio com o próprio hostel é que você não se preocupa com nada. Como geralmente está incluso no passeio que venham te buscar na porta e devolver ao final, é só seguir as instruções de roupas adequadas e coisas para levar e ponto final. 
E foi assim. Na hora combinada, a van passou para pegar uma galera e todos fomos para um trecho na Península Valdés ( Puerto Pirámides) de onde saem barcos para o safári náutico em busca de baleias. Quando eu decidi ir para lá em dezembro, sabia que corria o risco de não ver nada pois já seria fim de temporada das baleias e muito cedo para avistar as famosas orcas fazendo banquete na praia. Dito e feito! Navegamos um bom tempo e nem sinal de baleias. O passeio só não foi mais frustrante porque a turma era muito legal e as conversas fluíam em diversas línguas. O máximo que avistamos foram lobos marinhos e dois golfinhos. A continuação do passeio foi até Punta Norte, que é o ponto de onde se avistam as orcas que vem se alimentar na beira da praia. Novamente, por não ser temporada, nos contentamos com alguns pinguins, o belo horizonte e os lobos marinhos.








Retornamos para Puerto Madryn e a maior parte do grupo se reuniu no happy hour que estava acontecendo no bar do jardim do hostel. Jantei novamente por lá mesmo: churrasco (70 pesos). Eu ainda tinha muitas dúvidas a respeito do próximo destino. Cheguei a pensar em ir até Ushuaia e depois retornar. Mas seguindo as dicas do pessoal que estava fazendo o caminho inverso, resolvi deixar Ushuaia em stand by e seguir até El Calafate. De lá decidiria entre optar por Ushuaia ou Bariloche antes de retornar para Buenos Aires. Já estava parecendo quase uma unanimidade: com o pouco tempo que eu tinha disponível e considerando as grandes distâncias na Patagônia, Bariloche seria um destino mais interessante do que Ushuaia.

Dia 05 - Há pinguins por todos os lados...


O passeio do dia incluía a ida até Rawson, onde uma parte do grupo faria navegação para avistar um tipo local de golfinhos (toninhas). Ao contrário das baleias, as toninhas aparentemente sempre dão as caras nessa região, fazendo do passeio diversão garantida. E confesso que foi divertido mesmo. Incentivados pelo barqueiro, os bichinhos dão show, nadando entre a espuma produzida pelo barco e pulando para fora d'água. 
O outro destino do dia também não decepciona. Em Punta Tombo, uma bela reserva natural, é possível caminhar no meio de milhares de pinguins. São realmente muitos, que vão surgindo a medida que você caminha. Mesmo andando apenas nas trilhas demarcadas, os pinguins cruzam o caminho a todo momento. Gostei bastante!













Quando retornei, aproveitei para comprar minhas passagens para o próximo destino: El Calafate. Na verdade, só pude comprar a passagem até Rio Gallegos, onde ocorre a "conexão" com os ônibus para o fim do mundo, leia-se El Calafate e Ushuaia.
De volta ao hostel, me reuni com os outros hospedes em um happy hour no pequeno bar do jardim do hostel. Foi quando descobri que uma parte do grupo do passeio do dia anterior, que escolheu fazer mergulho com focas, avistou baleias sem querer. hehe... A natureza e suas surpresas! Finalizei o dia em um churrasco ali mesmo.

Dia 06 - Prainha e rumo ao extremo sul

Como meu ônibus para Rio Gallegos sairia apenas de tarde, aproveitei a manhã na praia junto com um casal de americanos. O dia estava bonito como os anteriores mas ao mesmo tempo em que faz calor, faz frio. Convém abusar do filtro solar segundo as recomendações locais. Me livrei da areia e fiz check out. Almocei na rodoviária mesmo e fiquei esperando e atualizando as anotações de viagem. O próximo trajeto duraria 24 horas!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As gêmeas viajam: 4 dias em Recife

curious about: FUI TIRAR UM BICHO DO MEU OUVIDO E QUISERAM ME DAR UM NARIZ NOVO

curious about: DOTES CULINÁRIOS