4 dias e meio na Polônia

Main Market Square em Cracóvia
O dia e meio pretendido na Polônia no começo do meu planejamento de viagem (seria apenas para visitar Auschwitz e dar no pé) facilmente se transformaram em 4 dias e meio, num combinação de fatores que envolveu a foto de um lago na fronteira com a Eslováquia, os horários do ônibus que liga Cracóvia à Budapeste e outra foto do complexo do Castelo em Cracóvia.

Hospedagem: Em Cracóvia me hospedei em dois albergues diferentes conforme as duas fases da viagem. Gostei muito do Mama's Main Market Square, no qual fiquei em dormitório misto compartilhado. Limpo, apesar de estar em um prédio bastante antigo (e por aqui, qual não é? rs), com excelente atendimento, café da manhã interessante, um pessoal muito legal e a melhor localização ever! Os inconvenientes, para alguns: os banheiros são compartilhados e não há elevadores (eu não ligo, mas tem quem se incomode). Em Zakopane, escolhi o Willa Oberza Sasiadów em uma promoção do site booking.com. Simplesmente MARAVILHOSO! O café da manhã era extraordinário, o quarto lindo e aconchegante. No retorno à Cracóvia, já havia deixado reservado um quarto privado no Traveller's Inn. Também bem localizado, mas não tanto quanto o Mama's, quarto amplo e arejado, banheiro compartilhado. Na verdade, trata-se de um grande apartamento que eles alugam os quartos. Cozinha disponível para os viajantes, assim como no Mama's. A hospedagem na Polônia me pareceu bem econômica.

Sites: 
Willa Oberza - http://willa.oberza.pl/index.php/en
Mama's Hostel - http://www.mamashostel.com.pl/ (há quartos duplos e privados em um outro prédio)
Traveler's Inn - http://travellersinn.pl/

Dia a dia

Dia 01

  • Cheguei em Cracóvia, após um voo muito tranquilo da Ryanair (sem atrasos, confusão ou excesso de bagagem da minha parte!) e apesar de ser agosto, fazia apenas 13º e estava bem nublado. Ali no aeroporto mesmo, peguei um mapa no balcão de informações e a orientação para pegar um trem para o centro de Cracóvia. A estação de trem é bem tosquinha, alguns metros depois do aeroporto, sem ninguém para vender bilhetes e apenas uns cartazes com os horários e valores como informação. Chegando lá um taxista ofereceu seus serviços para me levar e mais algumas pessoas pelo mesmo preço do trem. Bem inconsequente e fora do meu estado mental normal (eu morro de medo de taxistas, mesmo na cidade onde moro!!), aceitei seguir junto com uma mulher com bebê. Fiquei tensa toda a viagem (uma meia hora, 40 minutos), esperando algum golpe... que não veio! hehe. 
  • Foi muito fácil chegar a pé da Estação Central de trens até a praça principal. Minha hospedagem ficava em uma micro rua que saia dessa praça. Localização é tudo!! De uma maneira geral, Cracóvia é uma cidade pequena. É também diferente de todas as cidades que eu conhecia e acho bem difícil encontrar um padrão de comparação. Muito antiga, cheia de prédios com resquícios da Era Comunista, boas calçadas (Sempre presto atenção nisso!), a cidade é tranquila e tem uma boa vida noturna (sim, nem fica contraditório quando você está por lá). 
  • Neste primeiro dia, fiz o check in, corri para comer um kebab ali próximo à Main Market Square e aproveitei o Jewish Free Walking Tour. Já havia me programado mas não tinha certeza se daria tempo. Esse foi meu primeiro free walking tour, uma modalidade bem em alta na Europa. Gostei do trabalho dos rapazes que guiaram, cruzando a pé o Centro de Cracóvia até chegar no Kazimiers, o bairro judaico. Ali, próximo a uma das Sinagogas, realmente se iniciou o passeio que ofereceu um panorama sobre a Segunda Guerra Mundial e também uma breve ideia da vida no final do regime comunista e após este. No Leste Europeu de uma maneira geral (passei por Polônia, República Tcheca e Hungria), é possível encontrar muitas referências aos judeus e à situação durante a Segunda Guerra Mundial por motivos históricos óbvios. Você acha muitos passeios e visitas temáticas como esse free walking tour, Sinagogas históricas que podem ser visitadas e pode-se perceber que a reconstrução dos antigos bairros judaicos muitas vezes passa pela transformação dessas regiões em referências de boa vida noturna e cultural.
locações do filme A Lista de Schindler


memorial na região do Gueto
Em Podgórze, indo para a Fábrica de Oscar Schindler, que hoje é um museu que pode ser visitado
  • Depois voltei para a região central e explorei um pouco aquela parte e o Mercado. Ainda passei em um mercado e fiquei fazendo um social no albergue.
Dia 2
Auschwitz I


  • Dia reservado à visita a Auschwitz. O mais famoso campo de concentração e extermínio do regime nazista encontra-se aberto à visitação na forma de museu (Auschwitz I) e memorial (Auschwitz - Birkenau), estando na cidade de Oswiecim próxima à Cracóvia. Já havia feito a reserva de um tour com transporte e guia pois não queria ir sozinha. Essa empresa, recomendada no blog de uma brasileira, pega na porta do hotel. Mas como não havia o meu albergue na lista disponível, escolhi sair do outro prédio do Mama's que dispõem de quartos privados. Vi no mapa e fui andando até o lugar, o que foi muito bom pois vi uma outra parte da cidade. O serviço da empresa foi impecável e recomendo a utilização. É possível visitar os dois campos e você entra em vários barracões, vê objetos e documentos e inclusive visita as celas e uma das câmaras de gás. Tudo muito maior e mais aterrorizante do que sua imaginação é capaz de alcançar.

  • Voltei exausta e entrei no primeiro lugar de orações que vi aberto (uma igreja católica próxima à praça central). Era aproximadamente seis e meia da tarde quando voltei para o albergue, tomei banho, bati um papo com um rapaz francês que dividia o quarto comigo, liguei pra família e capotei!
Dia 3

deliciosa! sopinha restauradora...


  • Quando estava pesquisando as excursões até Auschwitz, vi a foto de um lago nas montanhas que me impressionou. Tratava-se de Morskie Oko, nas montanhas Tatra, na região entre a Polônia e a Eslováquia. Uma das agências sugeria uma day trip até o lugar. Me achando o máximo resolvi pernoitar na cidade de Zakopane e usar como base para conhecer o lugar, retornando no dia seguinte para Cracóvia. Aprendi a não julgar o tempo necessário em um local a partir da oferta de bate-volta de agências. Infelizmente, calculei muito mal o tempo necessário, julguei que a cidade fosse mais compacta do que é e ainda por cima escolhi uma hospedagem do lado oposto da direção do lago. Não me arrependo de ter ido, pois as paisagens entre Cracóvia e Zakopane são lindas. Aproveitei para descansar, andar de teleférico e fazer algumas caminhadas. Mas ainda devo uma visita para esse lago. Basicamente, Zakopane é uma estação de esqui muito procurada por poloneses e alemãs devido aos preços mais baratos do que as tradicionais estações suíças, francesas etc. No verão a região é tomada por turistas que gostam de fazer trekking nas montanhas. O lugar é maravilhoso e minha sensação era de estar muito longe de casa e da minha realidade. As pessoas são bem simpáticas, mas a maioria não fala inglês. A estação de ônibus onde eu desci era mínima e seguindo a grande avenida à direita era possível chegar a pé na parte central da cidade. Uma graça!
  • Ah! Deixei a minha mala no depósito de bagagens da Estação de Trens de Cracóvia e parti da estação de ônibus, que fica atrás dela e tem acesso por uma passagem subterrânea, direto para Zakopane com uma mochilinha. 
Dia 4
João Paulo II no Complexo do Castelo Wawel, lembrado com carinho em todo o país

  • Dia de voltar para Cracóvia, também de ônibus. Essa viagem de retorno me pareceu um pouquinho mais demorada e tumultuada, pois o ônibus fez diversas paradas e em alguns momentos havia passageiros viajando em pé. Nada demais se o universo ao meu redor não estivesse rodando em polonês. Chegando em Cracóvia, resgatei a bagagem e fui fazer check in no outro hotel onde tinha reservado por uma micharia um quarto privado. Aproveitei para explorar a região do complexo do Castelo (Wawel). Lindo! Depois fui novamente ao bairro judeu e entrei na Sinagoga e no Cemitério Judaico mais antigos, além de fazer a caminhada pelas Sinagogas da região e entrar no museu judaico (tem uma livraria linda!). Visitar o Cemitério Judaico de Cracóvia é muito triste pois na entrada estão várias placas em homenagem às pessoas mortas durante a Guerra feita pelos familiares sobreviventes. De uma população de 68.000 judeus, Cracóvia conta atualmente com menos de 300!





  • De noite ainda andei pelas ruas da cidade, fui a uma feira na Praça Central e ainda em um dos bares ali perto. 
Dia 5 ou 1/2 dia
  • O ônibus só partia para Budapeste no período da tarde, então aproveitei a manhã para conhecer um pouquinho melhor as duas Igrejas ali da Old Town, entrar em algumas lojinhas e ir comer pieroggi (comida típica) no Festival em uma das praças.


Links:
Walking tours: http://freewalkingtour.com/
Tour até Auschwitz: http://www.seekrakow.com/
Sites de Auschwitz e de Cracóvia:
http://www.auschwitz.org.pl/
http://www.krakow.pl/english/
http://www.cracow-life.com/
http://www.cracowplanet.com/








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