De Arequipa a San Pedro do Atacama: a travessia

Imagem do site: Turismo Tacna

Acordei às 3:30 da manhã para dar tempo de tomar um bom banho antes de ir para a rodoviária. Estava meio tensa de não conseguir passagens, principalmente no trecho Arica - San Pedro, pois já havia lido relatos neste sentido e não consegui comprar pela internet.
Peguei um táxi que já havia sido solicitado com a ajuda do hostel (S/8) e fui para a rodoviária garantir lugar no primeiro ônibus que ia até Tacna (S/20) saindo às 5h da manhã. Acabei não dormindo na viagem, devido à ansiedade. A paisagem é bonita mas com trechos bastante desérticos. Com algumas paradas no caminho chegamos à Tacna um pouco depois das 11h da manhã. Procurei banheiro, água e informações. Você pode ir de ônibus até Arica no Chile, mas a maioria das pessoas vai mesmo de táxi coletivo. 
Rodoviária em Tacna, Peru. Imagem do site: Turismo Tacna

Atravessei a rua para chegar na rodoviária internacional e lá procurei o posto de vendas do táxi coletivo. Confesso que fiquei muito tensa! Tudo meio enrolado e confuso. Alguma enrolação depois de eu já ter pago os S/20, fui levada à um táxi velho no qual embarquei com mais 5 pessoas! Acho que se eu fosse um pouco mais sensível ou melindrada - ou melhor dizendo: se eu tivesse um pingo de juízo - não teria entrado naquele veículo nunca. Foi folclórico! Fui espremida entre o motorista e um outro passageiro, que parecia entender ainda menos do que eu o que o motorista falava. O engraçado é que eu parecia ser a única com cara de turista. Só não estava mais apavorada porque uma das passageiras estava com uma criança pequena no banco de trás. O motorista dirigia loucamente por uma reta sem fim no que parecia o meio de um deserto, ouvindo música alta e conversando comigo no monólogo mais feliz do mundo. Acho que a viagem demorou mais ou menos 1h30min (me perdoem mas minha percepção de tempo ficou alterada naquele dia... rsrs).
Fronteira. Imagem do site: Turismo Tacna
Aduana. Imagem do site: Turismo Tacna
A travessia da fronteira em si é super tranquila. O motorista vai orientando e ajudando como quem faz aquilo todos os dias. As duas agências de fronteira são imaculadas de tão limpas. Tem que se ter o cuidado em não carregar frutas ao se viajar pelo Chile, devido ao combate à mosca da fruta. Eles são bem rigorosos com isso. Após a passagem nas duas alfandegas, sem crises (eu ainda troquei um pouco de soles peruanos que restavam por dólar), voltamos todos ao táxi e continuamos até a rodoviária de Arica.
Rodoviária Arica. Imagem do site: Turismo Tacna

Na rodoviária, atravessei a rua, dessa vez, da rodoviária internacional para a nacional e tratei de garantir a passagem para San Pedro (11.800,00 pesos chilenos) para as 22h daquele mesmo dia. Um taxista ofereceu passeio por Arica, mas eu estava muito cansada até para pensar. Deixei a mochila no guarda bagagem ( 1.500,00 pesos chilenos), ajustei os relógios ao novo fuso horário, procurei o banheiro (tem chuveiro mas achei a higiene local precária! Sofri de ter que tomar banho ali.), sai em busca de um lugar para almoçar seguindo a dica do taxista (Restaurante Tia Lourdes, em frente ao terminal, do outro lado da avenida, menu por 1500,00 pesos chilenos. Passável!). Depois foi só enrolar: entrar na internet, falar com a família, tomar café, escrever o diário de viagem, pagar taxa de embarque... O ruim é que o ônibus atrasou e só saiu depois das 23h! Estava quebrada quando embarquei (deveria ter me arriscado no tour pela cidade de táxi).
Capotei de um jeito durante a viagem que quando o ônibus parou na estrada de madrugada (!!!!) para ser revistado, um dos agentes de aduana praticamente me sacudiu para me acordar. Foi bem chato acordar com aquele homem me olhando com cara feia. Sem entender direito desci do ônibus com a bagagem de mão e passeio pelo raio X. Só depois de voltar para o meu lugar que entendi que deveria ter pegado a mochila no bagageiro e passado ela também. Um dos "comissários de bordo" do ônibus veio perguntar de quem era a mochila e colocou para dentro do bagageiro de novo, antes que eu pudesse sair do meu lugar e descer. Voltei a dormir e acordei de manhã, um pouco antes de chegar à Calama. Calama é a cidade com aeroporto mais perto de San Pedro. A maioria das pessoas desceu lá. Subiram alguns poucos. Um dos comissários de bordo veio puxar conversa comigo e tentar vender semi jóias e prata. Cheguei em San Pedro perto das 10h da manhã. Fazia sol e soprava uma brisa gelada...


As fotos desse post não são minhas (não sei onde foram parar as que tirei). Pertencem ao site Guia Tacna: http://www.turismotacna.com/. Lá você encontra também uma descrição bem completa de como atravessar a fronteira.
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