4 dias em Budapeste - parte II

Jewish Free Walking Tour

Continuando relato sobre os 4 dias em Budapeste:

Dia 03
Sinagoga da Dohány Ut.
  • Montei o roteiro desse dia ao redor do Jewish Free Walking Tour, que começaria só as 14h30. Como não acontece todo dia e eu iria embora muito cedo na quinta-feira, não queria perder. O pessoal é o mesmo do outro tour que eu fiz no primeiro dia em Budapeste. (site: http://www.triptobudapest.hu/) 
  • Aproveitei o período da manhã para visitar a Grande Sinagoga (conhecida como Sinagoga da Dohány Utcai ou Sinagoga da Rua Dohány) com calma, pois imaginava que o tour não contemplaria uma visita mais completa. Trata-se de uma das mais lindas que eu já vi! As explicações sobre a história do edifício são muito boas também. Ela é realmente diferente da maior parte das Sinagogas e a guia explicou os motivos históricos e estéticos para isso. Neste mesmo "complexo" há ainda um museu, um cemitério e muita história. Um dos destaques é a escultura de uma árvore na qual cada folha representa uma vítima do Holocausto.  Nesta mesma parte, no "jardim", ficam outros memoriais e tanto a guia da Sinagoga quanto o guia do Walking Tour posterior destacaram algumas belas histórias de resistência e dos denominados "Justos entre as Nações", pessoas que auxiliaram e salvaram judeus e outras vítimas das perseguições. Site: http://www.dohanystreetsynagogue.hu/.





  • Saindo de lá fui até a Andrassy e visitei o Terror Haza. Impactante demais! Um dos melhores museus em que já fui! Trata-se de um museu histórico sobre as ocupações nazista e comunista em um prédio que serviu aos dois regimes. Não é para os fracos de estômago, mas eu recomendo muito! Site: http://www.terrorhaza.hu/index_1.html.
Museu Terror Haza

  • Até horário do tour, caminhei pela região central ao redor da Vörösmarty Square e almocei ali na praça mesmo (uma casa de sucos e saladas). Aliás, em Budapeste só usei o transporte público para chegar da estação no albergue e sair de lá (metrô). Gosto muito de andar e as construções da cidade pedem esse olhar próximo e calmo de quem caminha. Tem um bonde muito legal que circula pelas margens do Danúbio e vai de uma ponta a outra da cidade praticamente (fica a dica!)

  • Quanto ao Jewish Walking Tour: outra boa aula de história! Foi interessante passar novamente pelo complexo da Sinagoga (com esse tour você não a visita por dentro, mas não paga para entrar nos jardins e cemitério), e achei que o guia teve bastante sensibilidade na condução pelo bairro judaico. No tour estão incluídos alguns monumentos, mais duas Sinagogas, o antigo gueto judaico (com pessoas morando, se assemelha muito em alguns trechos a um cortiço e tem alguns prédios renovados ao lado de estruturas bastante precárias) e finalmente termina mostrando a renovação cultural e da vida noturna da região, com vários pubs muito originais. Quem quiser, como eu, pode aproveitar o comecinho da noite e ficar por ali. São os "Ruin Pubs". Entre em pelo menos um, mesmo que não beba. Os ambientes são incríveis! É importante saber que as ruas nessa região são mais estreitas e soturnas. Cheguei a ver um ou outro morador de rua (a verdade é que para quem mora no Brasil, isso até pode passar despercebido), em uma das praças havia cheiro forte de urina, mas não passei por qualquer situação constrangedora ou de ameaça (aliás, nem aqui nem em lugar nenhum do Leste Europeu!). Ah! Neste dia, próximo ao muro do antigo Gueto, parei em uma banquinha e tomei o MELHOR SORVETE DA VIAGEM: Chianti!!! A oitava maravilha do mundo! Voltei no dia seguinte para repetir... Site do Free Walking Tour: http://www.triptobudapest.hu/.
  • Depois me recolhi, exausta, no albergue e até recusei ir com o pessoal pro pub crawl!
Dia 04
  • Seria meu último dia, já que o ônibus para Praga sairia muito cedo no dia seguinte. Fui super cedo tentar conseguir os ingressos para a visita ao Parlamento. Cheguei e já havia uma fila com mais de 30 pessoas! Procure pelo portão 10! Eles não são muito bem sinalizados, mas dá para encontrar. Ah! É do lado da Praça e não adianta procurar na fachada às margens do Danúbio. Eles permitem que as pessoas entrem aos poucos na bilheteria. Sai de lá com meu ingresso para o tour em inglês (tem em várias línguas!) das 10h. Aproveitei o tempo livre para ir ver outro Memorial às Vítimas do Nazismo. São vários sapatos às margens do Danúbio que representam aqueles que foram arrancados de suas casas, mortos e jogados em um dos mais famosos rios da Europa. É bem difícil de chegar até as esculturas, pois o melhor trecho para atravessar a rua fica próximo à Ponte das Correntes, enquanto o Memorial fica um pouco depois do Parlamento. Horários, dias, portões e línguas para o tour guiado: http://www.budapest-parliament.com/visits.php.
  • A visita ao Parlamento em si é bem curta, demora exatos 30 minutos. O prédio por dentro é fantástico, bonito, luxuoso e repete algo que vocês nota por toda a cidade: as estátuas! Destaque para o salão da Coroa, as estátuas dos diversos reis da história da Hungria e a sala do Parlamento em si. 


Detalhes internos do Parlamento em visita guiada
Olhando para Buda e seu Castelo a partir dos olhos de Pest




  • Saindo de lá, fui caminhando até o Mercado Municipal (um prédio muito legal!). Chegando lá, peguei a ponte e fui na direção da Gellert Hill. minha intenção era subir até o topo, mas estava fazendo 40º e eu resolvi entrar em uma das termas para me abrigar do sol e me refrescar. Como tinha sacado dinheiro a mais e não haveria nenhuma vantagem em fazer câmbio de novo e trocar por euros, escolhi a Gellert (mais cara!). Tem a maior cara de clube, assim como a Szechenyi. Piscinas para todos os gostos, com várias temperaturas de água, piscinas ao ar livre, piscinas separadas para homens e mulheres (em áreas exclusivas em que dá para ficar beeeeem à vontade!) e piscinas mistas. Enfim, dá para gastar um bom tempo ali, mesmo que você opte por não fazer nenhuma modalidade de massagem ou qualquer outro dos diversos serviços estéticos e terapêuticos. Só atenção: enquanto na Szechenyi os preços são mais amigáveis e dentro da realidade, aqui o aluguel de uma simples toalha custa mais do que a entrada... Leve a sua toalha! hehe.. Site: http://www.gellertbath.com/.
Marcando o começo da subida

Gellert Hotel e Baths

  • Depois de muito relaxar, resolvi encarar a subida da colina. São caminhos e escadarias dentro de um parque bem agradável e nada sinistro. Mas se prepare para a subida! É cômico! Você sobe e tem a impressão de que está descendo ou chegando sem nunca chegar... Muito estranho! A vista da cidade é fantástica!
  • Depois de descer tudo e voltar pro albergue, ainda fiz as malas, deixei o check out em ordem e fui jantar com o pessoal que conheci no albergue. Depois do jantar ainda esticamos em um bar na Vörösmarty. Madruguei para pegar o metrô até a estação de ônibus e não preciso dizer que dormi a maior parte do trajeto até Praga! 

COMENTÁRIOS:
Budapeste é uma cidade muito bonita e essencial no Leste Europeu, mas não me deixou com nenhuma vontade desesperadora de voltar logo para lá. Talvez por ter ficado bastante e tempo e não sentir que deixei alguma grande atração para trás. Conheci muita gente legal no albergue, que é muito bem localizado e uma boa opção de hospedagem. Acredito que Budapeste possa ser conhecida sem correria em 3 dias inteiros e conheci gente que fez em apenas dois sendo bastante seletivo quanto ao tipo de atração que gosta de ver (dedicando um dia a Buda e outro a Peste). Era verão, o que permitia um excelente aproveitamento do dia. Tirando o museu que eu já destaquei, achei a cidade mais interessante do que seus museus. É uma cidade segura de uma maneira geral (pelo que percebi), mas que passa a impressão de conter muitos segredos. Interessante que muitos moradores parecem mal encarados (sensação não apenas minha, mas de outros turistas que conheci). A impressão que eu fiquei é que eles são legais, mas conhecem o "lado negro da força". Entendem de sofrimento, de dominação e de guerra. Me parece um lugar profundo, que está muito além das aparências e da superfície. NOVAMENTE: não passei por nenhum apuro, mesmo sendo mulher, de porte físico mignon e tendo passado muito tempo sozinha perambulando pela cidade! As opções de comida são muitas; gostosas e achei bem diversificadas. O mochileiro que quiser, encontra muita opção nos mercados. Não tive graves problemas de comunicação e aqui é um lugar onde nem adiantou muito tentar decorar as palavrinhas básicas (obrigada, bom dia, por favor e - por escrito - saída). A língua não se parece com absolutamente nada que eu conheça! Não é uma cidade cara, mas é bem difícil lidar com o dinheiro deles (cheio de zeros) e em alguns lugares dá para perceber que eles se aproveitam disso. A guia do primeiro Walking Tour chamou atenção várias vezes para a questão do troco e do câmbio (inclusive em lugares oficiais!). Por outro lado, alguns comerciantes são de uma honestidade tocante e contam o troco junto com você nota por nota. A maioria das atrações oficiais é paga. Ah! Tem que incluir um banho termal pelo menos!

Site da Szechenyi Bath, que não inclui no relato anterior: http://www.szechenyibath.com/.

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