E sempre haverá Paris...



Tem algo melhor do que ir à Paris? Bem, voltar! Paris é daquelas cidades inesgotáveis, há sempre um lado, uma atração, enfim algo que você ainda não viu nem experimentou. Na primeira vez em que estive na cidade, pemaneci por 9 dias e aproveitei muito bem esse tempo para conhecer o principal e ainda ir até Versalhes, Euro Disney e Giverny onde ficam os Jardins de Monet. Eu inclui Paris no roteiro desse mochilão principalmente porque meus amigos que motivaram e incentivaram minha primeira viagem estariam novamente por lá. Como eu não tinha muito compromisso com nada exceto com a minha vontade (e com meu orçamento) na hora de escolher os destinos, quando meus amigos perguntaram se eu passaria por Paris resolvi que sim. Explico isso para justificar a ausência de grandes atrações obrigatórias pois acabei indo para flanar pela cidade e fazer piquenique. Meu único must see dessa vez foi uma day trip até Monte Saint Michel.
Hospedagem: novamente optei pelo MIJE, com reserva feita com antecedência (era agosto então tratei de garantir logo minha vaga!) pelo site. Essa rede independente de albergues tem 3 prédios na região do Marais. São prédios lindos e muito bem localizados. Além de agradável e bonito (meu bairro favorito em Paris!), ficar no Marais permite que você vá a pé para a maior parte dos pontos turísticos e tem duas estações de metrô perto. Os albergues (já fiquei em dois e algumas amigas conferiram o que eu não conheço ainda) são limpos, seguros, tranquilos, tem café da manhã e a diária em dormitório compartilhado é 31 euros. Os pontos fracos: internet, não tem cozinha disponível para os hóspedes.

Dia 1



  • Ambientação e check in: Chegamos em Paris com voo da Air France, saindo de Amsterdam, incluso na passagem transoceânica  Chegamos antes do meio dia e fomos de trem (RER B) com ticket comprado nas maquininhas (9,1 euros) direto para Chatelet Les Hales, onde trocamos pelo metrô e andamos duas estações até chegarmos no albergue. Como era cedo para o check in, deixamos a bagagem no hostel e fomos andar.
Galerias ao redor da Place des Voges

  • Marais, bairro ali pertinho das Ilhas de Saint Louis e de La Cité, é meu bairro favorito em Paris. Adoro as lojas, brechós, edifícios históricos e  clima do lugar. Nessa região fica a Place des Voges, tida como uma das mais bonitas de Paris. É também o lugar da comunidade judia ortodoxa. Por conta disso, você encontra várias opções de comida judaica. Aproveitamos e fomos almoçar no L'As du Fallafel ali na Rue des Rosiers. Há várias opções de falafel por ali e esse é o melhor (na minha opinião só perde para o que eu comi em Jerusalém!). O clima do lugar parece te tirar imediatamente de Paris e te colocar em Israel. Andamos mais um pouco até a Place des Voges e tomamos sorvete na Amorino, que compete com a Berthillon pelo título de melhor sorvete de Paris.
Sorvete Amorino
  • Depois de voltar ao hostel para o check in e se refrescar um pouco, saímos com a missão de explorar a região de Saint German, novamente a pé. Ainda andamos bastante, mas o cansaço venceu e depois de visitar a livraria Shakespeare& Company - lotada!! - ficamos em um bar de esquina, ali nas margens do Sena tomando vinho e comendo creme brulé. Na volta, ainda passamos pela Notre Dame e vimos a empolgação dos franceses com as Olimpíadas transmitidas ao vivo em frente ao Hotel de Ville e um por-do-sol maravilhoso sobre o Sena.

Creme brulé
Dia 2


  • Bate-volta até Monte Saint Michel. Neste dia acordamos cedos e fomos de metrô até a estação de Monteparnasse. As passagens de trem, até Rennes, já haviam sido compradas pela internet. Perguntei sobre as passagens de Rennes até St Michel e fui informada que poderia comprar na hora. As paisagens entre Paris e Rennes, em uma viagem de 2 horas e 18 minutos, são deslumbrantes. Me deu vontade de parar não apenas na estrada mas também nas pequenas estações que surgiam aos poucos. Anotei no meu diário de bordo Limoine e Laval como especialmente belas! Seria bom estar de carro nessas horas...

  • Chegando na Estação de Rennes fui procurar o lugar de venda das passagens. Primeiro tentei nas maquininhas, que sempre me salvam de ter que me comunicar em uma língua que não domino. Como estava complicado e o tempo passando, fomos direto ao guichê onde recebemos explicações para sair da Estação e procurar o ônibus do lado de fora. Essa conversa, como a maioria das que eu tive na França se dão com uma mistura de inglês, francês, mímica e toda a paciência e calma do universo.


[SOBRE COMUNICAÇÃO NA FRANÇA: Não posso reclamar da famosa “antipatia” francesa pois nunca fui vítima dela. O que dá pra perceber é que a maioria realmente não fala inglês MESMO! Como meu francês se situa entre o ridículo e o insuficiente, eu levo algumas coisas em consideração e deixo aqui como dica:
  • Use alguma "introdução" padrão de Bon jour / bom soir, seguida de Excuse moi+S’il vous plais+Vous parlez anglais? Eles são super polidos e ninguém me tratou mal por usar essa sequência e suas variações.
  • Também notei que não adianta ter pressa. Essa percepção já foi confirmada por amigos que moraram em Paris. As reações à pressa ou a qualquer sinal de impaciência costumam variar do desprezo à irritação e grosseria.]
  • Novamente, a viagem de ônibus até Monte Saint Michel passa por vilarejos encantadores. Chegando lá, nos dirigimos à entrada principal e escolhemos um trajeto escadarias acima até chegarmos na entrada da Abadia. Após uma fila considerável, compramos o ingresso e nos deslumbramos com o ambiente. Ainda visitamos uma capela com a imagem de São Miguel (Saint Michel) antes de descer por uma ruela cheia de lojinhas, muitos turistas e alguns restaurantes. Saimos na direção da “praia”. Atrás do Monte fica um larga extensão de areia que muitas vezes fica inundada. Dizem que o espetáculo da maré cheia é maravilhoso! Dá para conferir no site quais as datas em que estão previstas.
  • Depois de muito andar e curtir o horizonte infinito (eu ainda tive que molhar meus pés!), fomos para a fila do ônibus de volta.


Dia 3
Cinemá en plein air
  • Para mim, dia de reencontrar os amigos. Para minha amiga, que havia estado em Paris há muitos anos atrás, dia de sight seeing puro: andou do albergue até a Champs Elisses, passou pelos Jardins de Tulherias no retorno, Place de La Concorde, Museu L’Orangerie e Museu D’Orsay . Ela aproveitou o Paris Museum Pass para as atrações pagas, comprando o passe de 4 dias. Quanto à locomoção, tanto a minha quanto a dela se deu principalmente a pé e para usar o metrô compramos os “pacotes” de 10 passagens pois saia mais barato do que comprar as passagens individuais.
  • Eu fiz um roteiro mais “alternativo”:

o   Paris Plage – Nos meses de verão dá para curtir uma praia na beira do Sena ou, como nós fizemos, nas margens do Canal d’Ourcq. A infraestrutura é muito boa e para quem tem crianças, não há nada melhor. Muitas atrações gratuitas como pedalinho, caiaque, carrossel, etc.
o   Depois do almoço, na casa deles, foi a vez de preparar o pic nic para o Cinemá Un Plein Aire. São sessões de cinema ao ar livre que acontecem no Parc de La Villette, reunindo várias pessoas no gramado no período da noite.
Dia 4

De bike por Paris

·         Novamente, um roteiro tradicional e outro alternativo:
o   Neste dia, minha amiga visitou Saint Chapele, Conciergerie, Jardins de Luxemburgo, Pantheon, Museu Cluny de Arte Medieval e Museu do Mundo Árabe.
o   Eu fui para a casa dos meus amigos e optamos por alugar bicicletas e pedalamos pela cidade até chegar ao Bois de Vincennes, onde fizemos pic nic. No caminho eu destaco a Gare de Lyon, a  Promenade Plantee (inesquecível a beleza deste caminho!) e passar pelo trânsito da Bastilha sem cair. Depois ainda fomos até Chateou de Vincennes. Na volta, passamos pelo famoso Cemitério Pere Lachaise, pelo bairro de Beleville, Foi maravilhoso! Você percebe a cidade diferente quando passeia de bike.




Dia 5

  • O dia começou com um programa em comum: visita ao Museu do Louvre. Como minha amiga tinha o Paris Museum Pass que permitia que ela evitasse a fila e eu não, e como eu já havia visto Mona Lisa e companhia no ano anterior, combinamos de encontrar lá dentro em uma hora na sala da Mona Lisa. No final das contas, nem demorei tanto tempo na fila e aproveitei para ficar vendo um pouco do setor de arte oriental.

  • De lá almoçamos nos Jardins de Tulherias. Minha amiga seguiu para o Museu Rodin e eu fui andar de roda gigante, montada ali nas Tulherias mesmo. Depois fui explorar o Marais mais um pouco e visitei o Museu Judaico.
  • Nos encontramos todos, eu, minha amiga, os amigos que moram lá, outros amigos de uma cidadezinha próxima e mais alguns brasileiros, para um pic nic as pés da Torre Eiffel.


Dia 6
Pantheon

  • No último dia em Paris, fui levar minha amiga até o ônibus que faz o transfer até o aeroporto. Fica ali atrás da Ópera Garnier. Aproveitei para voltar flanando pela cidade. Na minha programação do dia, fui ao Memorial de La Shoá (o Museu francês do Holocausto) que fica ali no Marais, dei mais uma volta pela região e depois segui para o Pantheon. 
  • Finalizei com um jantar na casa dos meus amigos, onde experimentei escargot pela primeira vez.
Comentários: Para quem está em Paris pela primeira vez, acho o meu primeiro roteiro na cidade mais recomendado. De tudo que fiz nessa segunda visita, recomendo que se tente fazer pelo menos um pequeno passeio de bicicleta pois eles respeitam muito o ciclista (só fique longe da Bastilha! hehe), o Pantheon é lindo  e torna-se uma atração interessante para o dia em que for visitar a região de St German, o Memorial de La Shoá é gratuito e tem um impacto emocional muito grande. Ah! Faça pic nic e ande pela cidade!

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