Por que a Torre Eiffel existe?

Texto escrito com inspiração no post: "Por que a Torre Eiffel existe?" do meu amigo Ismael no blog Querido Joaquim.


"O que os olhos vêem? O que os olhos querem ver?"


Se tem um post que o Isma escreveu que me deixou profundamente emocionada foi esse, sobre a Torre. Ele sabe disso e está tudo lá registrado em comentário no blog. Na época, final de janeiro, a minha própria viagem se concretizava aos poucos com a compra das passagens aéreas e reservas de hotel. Lembro de ter pensado em vários momentos [nem sei se comentei com ele e Aline] sobre escrever minha própria versão da resposta a essa pergunta. Aqui está ela:

Por que a Torre Eiffel existe?

Minha primeira visão da Torre, durante a tarde, foi da Sacre Coeur. Lembro da Aline me chamando atenção, o que resultou na foto abaixo. Nenhuma emoção especial, ainda não tinha caído a ficha de que já estava em Paris. Muito à distância, mais para brincar com o zoom da máquina. Sem mítica e na verdade ainda em guerra com a cidade.
vista da Sacre Coeur

O primeiro "contato" de verdade aconteceu no terceiro dia, de manhã muito cedo, quando perdida e atrasada para minha aula de culinária, me vi atrás dela. Gigante. Muito perto... perto demais para quem deveria estar  umas 6 estações de metrô distante dali. Primeiro pensamento: "Merde! Não devia estar aqui".
Perto demais...

Mas, já que estava e que não encontraria nunca mais o Le Cordon Bleu...

... tentei aproveitar e andar até ela. Ainda nenhuma emoção. Lembrei de um amigo que quando foi intimado a me dar dicas de Paris, tendo passado apenas um dia por lá, me falou sobre a Torre: "nada demais". Muita gente tem a sensação de já ter visto tanto e tudo, ao se falar nela. Me acreditei fadada a não gostar da cidade e da Torre mais famosa do mundo não significar nada para mim. Pensei, talvez ela sirva para me mostrar que a Le Cordon Bleu não é nenhuma Eiffel Tour: não dá para achar fácil perambulando pela cidade... Pouco espaço na memória da máquina e resolvi nem subir naquele dia.

Mas então acontece que Paris passa a fazer sentido aos poucos... [isso é outro post]
Do Louvre, de noite no mesmo dia, ela já aparecia iluminada e sedutora.
vista do Louvre
Mesmo com tudo isso, fui bem empolgada para a fila da Torre no sábado final do dia. Conforme os planos, subimos com o por-do-sol para acompanhar as luzes da cidade acendendo aos poucos. Mágica feita, impressões transformadas, a Torre significa para mim. Mas significa o que? Um feixe de emoções ainda. Intensas! De uma intensidade que te mantém presa à ela e não permite que você se afaste... só mais uma foto, depois de 100 outras fotos.
"A torre fica toda iluminada a noite, uma luz amarelada que delineia sua grande estrutura metálica. A cada hora cheia ela pisca por 5 minutos, como que cheia de gliter branco. Linda demais! À 1 da madrugada, as luzes amareladas da estrutura se apagam e fica só o gliter branco piscando. Fiquei no terraço gelado esperando este momento hoje. E quando começou, um sorriso brotou largo no meu rosto. Acompanhei cada gliter. Até que toda ela se apagou, de súbito. Daí me perguntei: pra que serve a Torre Eiffel? ................. Pra nada! Ela não serve pra nada. Serve pra ficar ali parada. E pra piscar. "

E é de cima do Arco do Triunfo, no por-do-sol do dia seguinte, vendo ela acender e piscar, que eu entendo pra que a Torre serve e brota um sorriso largo no meu rosto:

Para me fazer ÚNICA!

Sim, porque ela pisca SÓ para MIM...
É como enxergar-se no reflexo do olhar da pessoa apaixonada por você: a pessoa pode ter se apaixonado por outras antes e voltar a se apaixonar por outras tantas depois, mas naquele momento, no mundo e nos olhos dela SÓ EXISTE VOCÊ! E te faz sentir especial!


Essa é a mágica e o mistério... da cidade e sua Torre. Não é à toa que em Casablanca, sempre haverá Paris! Assim como as paixões, Paris existe para fazer de você e da sua história: únicas!

vista do Arco... com emoção!
A cidade é linda. Eiffel também. Mas só se tornam especiais dentro da paixão, precisam ser singulares e te fazer sentir singular. Não mais um que sobe. Não a imagem incansavelmente já vista, mas a imagem viva. Faz sentido só a partir da entrega... como em qualquer paixão.

Acabo o post achando que decifrei o enigma de Paris. Seu mistério e encanto está em fazer cada um sentir-se único...


Mas talvez, assim como a esfinge em uma esquina do Louvre, a cidade esteja lá com um sorriso de esguelha rindo da minha pretensão, só esperando que eu apareça por lá de novo para me propor novo enigma ou... me devorar!

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