O primeiro Rembrandt a gente nunca esquece

Uma das minhas grandes expectativas nesta viagem era aproveitar ao máximo o final de semana dos museus em Amsterdã. Diferente de alguns outros lugares da Europa (como Paris), o dia de museus free em Amsterdã não é recorrente, ocorre apenas uma vez ao ano e deveria cair esse ano exatamente no meu final de semana por lá. Me informei e verifiquei que praticamente todos os museus que queria ver estavam na lista.
Van Gogh Museum
No domingo, fui cedo à luta, direto pro Museu Van Gogh. Fila, básica, mas nada dolorosa.
O museu é ótimo (mas não permite fotografia). Arquitetura legal, proposta que te permite acompanhar a trajetória do Van Gogh deixando os contrastes e transformações bem explícitos. Traz quadros de precursores que mercem ser vistos. Pontos altos:
a criançada desenhando e respondendo perguntas em pranchetas e perguntando pros pais onde estava "The Potato Eaters"
os Girassóis, óbvio!! Sim, sou fã!
toda a parte em Paris e Arles e os contrastes resultantes com as outras obras
a inspiração oriental


Foi uma experiência ótima, mas confesso que aos olhos de uma fanática por Van Gogh sobrou um gosto estranho, uma quase decepção? Ou frustração seria a palavra ideal? Achei fantástico mas ainda assim sai me perguntando porque Van Gogh afinal sempre foi um dos meus favoritos.
Bem, na ocasião não soube definir bem o que era... Jet leg talvez. A ausência de alguns dos meus favoritos, quem sabe. (gosto da fase mais doida)
Ah! Já ia esquecendo, apesar de constar na programação que eu tinha do Final de Semana dos Museus (for free), por alguma razão que desconheço até agora o Van Gogh não estava mais participando (o Rijks que visitei depois tb não). Paguei pra ver e não me arrependo. É "must go" mesmo!
Parti para o museu ao lado. Para quem não sabe, Amsterdam é cheia de museus e chega ao ponto de reunir três dos principais ao redor de uma praça (onde também fica o famoso I AMSTERDAM).
Era o museu de arte contemporânea e este sim estava de graça. Em outro post falo sobre essa visita e o porque eu curto arte contemporânea. Ah! e lembro do nome do museu...
A seguir, relaxeium pouco na praça (já tinha almoçado no museu Van Gogh), vi o movimento, tirei fotos no I AMSTERDAM... e fui na direção do Museu Nacional, o Rijks.
Jardim lindo, levei alguns minutos pensando se valia a pena pagar para ver, lembrei que tinha Vermeer e Rembrandt no acervo e decidi que sim.
Lá dentro, primeiro impacto: PODER E RIQUEZA! Como a gente esquece fácil do poder marítmo holades...
Na subida uma instalação inusitada, no meio da "alta" arte, sobre o tempo.
Segundo andar: pinturas principalmente. Andei descompromissadamente até dar de cara com a definição de genialidade! Impossível desviar os olhos... mesmo quando uns 30 turistas japoneses com guia te separam de uma boa observação do quadro. NÃO DÁ PRA OLHAR MAIS NADA!! Seus olhos se recusam, simples assim!
Eu tentei, enquanto esperava a onda de japoneses ir para outra sala, mas até esse tempo pareceu interminável...
Quem já passou por uma experiência assim, sabe direitinho do que estou falando. É muito impressionante, a obra parece absurdamente viva.
O quadro em questão era o que está aí embaixo e que tem um nome que só lembro em inglês (a wikipédia me dá o nome Os síndicos da guilda dos fabricantes de tecidos ) e que estou com preguiça de pesquisar em português. A foto não éminha porque acho que era proibido fotografar. O impacto foi tão grande na minha memória que eu passei uma parte do dia hoje procurando fotos dessas obras tiradas por mim, porque jurava que tinha tirado.


Bem, minha visita continuou neste mesmo esquema. Entrava nas salas, depois que consegui com algum custo desgrudar deste primeiro Rembrandt, via alguns quadros (muita coisa boa também... Vermeer impressionante inclusive!) mas invariavelmente era atraída por todos os Rembrandt disponíveis. Pode ter o quadro que for por perto, os temas podem ser os mesmos e casualmente eu posso nunca ter visto aquele quadro específico associado ao artista antes, mas automaticamente sabia que estava diante de um Rembrandt. Apaixonante!
Não que eu não soubesse que Rembrandt era Rembrandt. Fiz mais aula de história da arte desde a infância do que a maioria das pessoas que gostam de arte. Mas não imaginava que pudesse sentir todo este impacto, ainda mais pós Van Gogh.
Bem, lição aprendida: o primeiro Rembrandt nunca se esquece!
[outro "quadrinho" da coleção do Rijks: Ronda Noturna - esse eu lembro do nome em português sem consulta... rs]

Comentários

  1. Ana querida!

    Que bom sentir vc feliz!!!
    Feliz é pouco: realizada, empolgada, de bem com a vida = transformando adversidade em sucesso!
    O fruto maduro é mais saboroso...
    Bon apetit!
    Vanessa

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  2. É td muito lindo! Ver de perto essas obras que a gente vê em filmes, livros...não tem preço!

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