pequenas revoluções no meu mundinho


Hoje cheguei em casa e, enquanto via meus emails, minha irmã mais nova veio especular se eu ia sair. Logo descobri que a razão de tanto interesse era o fato de não haver ninguém pra cozinhar em casa. Como minha mãe, de férias, está até agora na casa de uma das primas, alguém ia precisar assumir a função. E lá fui eu pro super, comprar algumas coisinhas depois de decidir fazer um macarrão com molho branco, frango em cubos, calabresa e bacon.

No açougue, pedi peito de frango sem pele, o rapaz falou que tinha sem osso também. Lembrei que gosto de desossar frango e desisti de levar sem pele... ele não entendeu nada porque desisti da praticidade.


***


Bem, quem me conhece também não deve ter entendido nada e inclusive achado esse texto mais surreal do que o anterior. Mas nada disso é fruto da minha imaginação. E ainda continua a mesma pessoa que escreveu o post da carne moída (clique aqui pra ver a história completa).


Aprendi a cozinhar.


De verdade. rsrsrs


Após algumas muitas aulas de culinária, me descobri capaz e tomei gosto pela coisa. Aprendi brownie, petit gateau, torta de limão. Molho branco, molho vermelho. Carbonara, gorgonzola, provolone. Strogonoff e strogonoff e strogonoff. Roux. Cortes de carne. Picar tempero. Risotos. Lanches. Nachos calientes. Cachorro-quente segredo. Mignon com purê de ervilha. Creme de aipim, creme de batata salsa.


...


Fiz cobaias. Comprei coleção de livros de receitas. Dei jantares.


Faz algum tempo que pensava em falar a respeito... ou melhor, em escrever.


Mas descobri que as palavras me escapam. Justo eu que, como diz a Mari-menina do retrato, analiso tudo, não consigo analisar isso.


Lembro de um amigo me falando sobre eu aprender a dirigir com urgência e principalmente o quanto isso seria revolucionário e mudaria outros aspectos da minha vida. Algo assim simbólico. Não sei sobre dirigir e simbolismos, não aprendi ainda. Mas de alguma forma, depois de vencer o meu próprio descrédito e me ver aprendendo, comecei a esperar por uma revolução simbólica na maneira como via o mundo e me relacionava. E nada!


Não que não tenha sido especial aprender. Momentos únicos, divertidos, descoberta de um prazer. Mas sem simbolismo. Cozinhar é fato concreto, presente. Não me remete a nada. É terapeutico muitas vezes, mas não analítico. Me tranquilizo e me afasto dos problemas, mas não tenho nenhum grande insight relacionado com a culinária.


Talvez isso seja o mais revolucionário. Em última análise. rs


Comentários

  1. Bem, além de bem escrito, esse texto já é poético por natureza, remetendo a sabores, cores e artes novas. Parabéns, você continua se superando!

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  2. quero muito ser cobaia, fiquei surpresa...

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