curious about: SOBRE ALGO QUE QUASE NÃO ACONTECE...

Ontem fui assistir à minha primeira peça neste Festival de Curitiba: Inveja dos Anjos, da Cia Armazém (ex-londrina, já há algum tempo no Rio).
Escolhi tendo como base uma matéria de jornal que li no final do ano no Rio que indicava o espetáculo como um dos destaques do ano na cidade. Não gravei o que li, mas guardei a impressão causada pelo texto e pela foto.
Quando vi que estava na programação do Festival, resolvi garantir meu ingresso, mesmo achando a sinopse na programação bem fraquinha e desinteressante.



Bem, deixando isso de lado, vamos aos comentários sobre o espetáculo:
Até agora, ainda não sei bem o que achar. É bom, com muitas qualidades que saltam aos olhos (e aos ouvidos: a sonoplastia é muito legal!!), mas ele simplesmente "não acontece" em determinados momentos.
Vamos a parte fácil:
  • Os atores estão ótimos, especialmente as atrizes. A Patrícia Selonk ganhou o prêmio Shell de melhor atriz por essa interpretação. Hum... é boa atriz, mas as outras três dão show! A Simone Mazzer eu já conhecia de outras produções do grupo. Está MARAVILHOSA! A Simone Vianna - que faz a mãe - tem um lance corporal muito legal! Cria dois personagens simultâneos no mesmo corpo e ao mesmo tempo de uma maneira pra matar de inveja qualquer atriz ou aspirante à. A Verônica Rocha constrói uma menina de nove anos perfeita (o que é difícil, acreditem!). Quanto aos homens: o Marcelo Guerra e o Ricardo Martins têm bons momentos. Do Thales Coutinho eu não gostei muito, mas isso é só um uma opinião e devo adimitir que não chega a comprometer o espetáculo.
  • Técnicamente, a peça é impecável! Luz e som, compondo com um cenário de luxo (simbólico, em termos de acabamento e idealização), conferem força às cenas.
  • O texto, também ganhador do Shell, mostra-se super bem construído. Funciona em várias camadas, fazendo referências sutis à trajetória da Cia. (por exemplo: Traz novamente Alice de Lewis Carroll pra cena. O que emociona quem acompanhou um pouco dessa trajetória.) Constrói também frases lindíssimas, poderosas em cena, sobre a memória, o tempo que passa ou congela, as palavras e as relações.
  • Fala de memória, tema que eu amo! Enquanto assistia, conseguia fazer referências ou pecebê-las no espetáculo a filmes que me são bastante caros como Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças e Cortina de Fumaça. Não são referência óbvias nem fúteis, funcionando muito bem e guardando uma das principais qualidades do texto: a sutileza.

Bem, lendo tudo isso parece até que eu amei espetáculo. Mas, sinceramente, não consegui. Achei o começo meio difícil e a sensação é de que demora a esquentar... Tudo me pareceu meio distante e sem identificação, frio, até mais ou menos o meio da peça (que é bem longa, diga-se de passagem). Depois melhora, mas mesmo assim o resultado é desigual. De qualquer forma, há momentos muito bonitos e emocionantes que salvam a realização de "não acontecer".



Quem assistiu à peça e tem uma opinião diferente, por favor, comente...

Site da Cia: http://www.armazemciadeteatro.com.br/


Fotos: Kelly Knevels, para o site do Festival de Curitiba.

Comentários

  1. olá!! olha eu de volta aki de visita ao seu blog - já que o meu está abandonado!
    Adorei seu texto, essa peça não me chamou a atenção qdo lí a sinopse. Ainda dou preferência às coisas, digamos, mais leves. Dança, música, comédia...hj verei Marisa Orth em Romance. Vamos ver....te conto as impressões depois.Infelizmente esse ano não tem Deborah Colker nem Intrépida Trupe
    Bj

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  2. Oi ninha (meu ninha, não aquele ninha)

    Não ficou muito claro pra mim afinal o que vc achou da pessoa... ficou com aquele gosto de quero mais?

    beijinhos

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  3. huahuahua
    ich, Robson, nem eu sei se gostei ou não...
    não ficou gostinho de quero mais, mas ainda assim não me arrependo de ter ido.
    é meio indefinido mesmo, parece que a maior parte da peça "não acontece".

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