curious about: AFINIDADES ELETIVAS

Esse texto nasce um pouco como colcha de retalhos, junta alguns fragamentos de idéias e conversas e uma boa duzia de devaneios.



Pra começar, há quase um mês eu recebi um fragmento de texto de uma amiga (deu pau no pc e recebi menos da metade do texto... aliás, ela está me devendo o restante até agora... rs):

" O lugar de cada um
(...)
“cada um no seu quadrado”, retangulo, triangulo (de bermudas ou nao), circulo... vicioso ou virtuoso...
brincadeiras a parte, existem lugares nos quais nao me encaixo... é como tentar encaixar um circulo no espaço destinado a um quadrado...
vamos a alguns exemplos:
casamentos – nao sou feita para esse tipo de lugar...
"




Como eu também tinha passado por situação parecida, de me ver obrigada a ir em um evento que não me dizia respeito nem me tocava de maneira alguma, estava totalmente "lost in translation", tentando descobrir meu espaço e minha forma.

Alguns dias depois, conversava com outra amiga e o assunto veio a tona de novo: por que parecemos não pertencer a determinadas situações, enquanto outras nos parecem cheias de sentido. com uma amigo, na mesma semana, discuti sobre as pessoas em nossas vidas, aquelas que nos traduzem e aquelas que nos confundem, as que nos atraem e as que nos dispersam. Tanta insistência me fez lembrar do termo "afinidades eletivas". Anos atrás devo ter lido sobre o filme com esse título, dos irmãos Taviani. Nunca vi o filme, nem mesmo li o livro no qual ele é baseado (Goethe), mas o nome ficou na minha cabeça e minha memória foi recuperá-lo justamente a partir destas conversas. Parece, pelo google, que o enredo é a história de um casal rural do século 18 que recebe como hóspedes um amigo e umajovem. Trata das afinidades (ok, isso é óbvio! rs) que se revelam entre eles e que levam ao estabelecimento de outras relações. Pelo visto, é inicialmente um conceito da química.

Falar de afinidades não é algo novo, tanto a química quanto Freud - entre outros - já procuraram explicar as razões e desrazões de nossos investimentos, amores, escolhas e combinações.

A Martha Medeiros, no texto "As Razões que o Amor Desconhece", brinca com isso:


"Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um snetimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim. Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar".


Nem vou me arriscar muito a isso aqui. Queria mais e lançar pulgas atrás das orelhas alheias (as mesmas pulgas que a semanas pulam atrás da minhas...) sobre a parte "eletiva" dessa história. Em se falando de afinidades, fico me perguntando: quem elege? Na maioria dos meus casos, pelo menos, me sinto mais eleita do que eleitora... e me pergunto, qual a parte que me cabe em determinadas escolhas?

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